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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Acho que vamos nos ferrar

De quinze dias para cá todo mundo só fala do aquecimento global. Primeiro os jornais, as televisões, falaram de uma nova previsão sobre o aumento do nível das águas do mar. As geleiras da Groenlândia, dizem, vão derreter. Isso significa que o mar vai aumentar alguns centímetros. Além disso, há uma dilatação da água com o aumento da temperatura, e isso fará o mar aumentar mais outros tantos centímetros.
Comprei a revista SuperInteressante, da editora Abril, do mês de janeiro. Países que são ilhas do Pacífico, como Kiribaiti e Tuvalu deverão ser completamente submersos nos próximos anos. Já havia lido sobre Naurú, outro país ilha do Pacífico que se prepara para sumir do mapa. O maior problema é o que fazer com a população desses países. Mas como isso é coisa “lá do outro lado do mundo” a gente não se preocupa tanto.
O problema é que descobriram que o Brasil será afetado. Os cientistas dizem que o Rio de Janeiro e Recife serão as cidades mais atingidas. Que quilômetros de praias serão perdidas pelo avanço do mar. Sei não. Acho que os caras não ligam muito para a gente. Sem ser alarmista, estou muito desconfiado que Aracaju também vai se ferrar. A conclusão é lógica. Estamos no nível do mar. Algumas áreas, como é o caso do Bairro Salgado Filho, ficam cheias d’água apenas quando a maré está cheia. A água da maré transborda pelas bocas de lobo. Além do mais, tanto na Coroa do Meio, quanto na Rodovia José Sarney, o mar já levou de volta uma boa parte. Apesar dos insistentes esforços para voltar a aterrar as áreas.
E o povo chique que tem casas de veraneio na Praia do Saco? Acho que muita gente vai amargar prejuízo. O mar já avançou ali um “pedação”. Há cinco ou seis anos as áreas de praia lá no Saco eram bem maiores. Há boas casas seriamente ameaçadas, ou mesmo que já foram destruídas.
Antigamente, mas não tão antigamente assim, víamos filmes sobre catástrofes futuras, como mera ficção. Era coisa para que os gringos se preocupassem. Coisas impossíveis de acontecer com a gente, aqui de baixo. Hoje não estou bem certo disso.
Para completar, esta semana li que o jornal australiano "The Age", conseguiu furar toda a imprensa e publicar o relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática). Segundo o relatório, há uma projeção de que, por causa do aquecimento global, entre 1,1 bilhão e 3,2 bilhões de pessoas enfrentarão falta de água e até 700 milhões lutarão contra a fome em 2080. A estimativa, que será divulgada oficialmente só em abril, mas a preocupação já está aí.
Bom, será que nós não estamos nesta previsão dos que ficarão sem água? Como a corda arrebenta sempre do lado mais fraco, mesmo com o Rio São Francisco e coisa e tal, pode ser que queiram levar nossa água (ou será que já estão levando?). E a turma que já está passando fome lá pelo Sertão, já entrou na cota?
O fato é o seguinte: estamos destruindo o planeta. Mas quem tem grana (a turma da América do Norte e da Europa Ocidental), pode se virar. Os pobres mortais da África, de algumas partes da Ásia, e nós, Latino Americanos, vamos pagar a conta. Antes de tudo estou preocupado, porque estou virando um pessimista de carteirinha. Sei não. Acho que vamos nos ferrar.
(publicado em 01/02/2007)

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